Um pai é esquecido pelos filhos e acaba por passar a noite na cadeira de rodas

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Dois filhos deixaram o pai doente e preso à cadeira de rodas na varanda e ele acabou passando a noite ao ar livre.

Peter Jackson tinha 32 anos quando sua esposa faleceu, deixando-o para criar seus filhos gêmeos, Danielle e Michael, sozinho. Devastado, Peter dedicou-se às crianças e fez questão de que elas não faltassem a nada.

Um talentoso marceneiro, Peter trabalhava dia e noite. Sabia que com um único salário seria difícil proporcionar às crianças a educação que ele e sua esposa sonhavam. A vida de Peter era inteiramente voltada para os filhos, mas sua dedicação não foi recompensada.

Peter sabia que estudar em uma boa escola abriria portas para Danielle e Michael, então os matriculou em uma escola particular exclusiva. Mesmo estando muito bem financeiramente, as mensalidades da escola consumiam todo o seu salário. Os dois filhos eram brilhantes e estudiosos, e Peter se orgulhava de vê-los sempre no topo da lista de honras acadêmicas ano após ano. Quando terminaram o ensino médio, os resultados deles garantiram-lhes vaga nas melhores universidades.

Tanto Danielle quanto Michael receberam bolsas de estudo, o que ajudou bastante, mas ainda havia as despesas com moradia e viagens para pagar, e Peter trabalhou mais do que nunca.

Ter dois filhos na faculdade ao mesmo tempo foi um grande peso financeiro para Peter, e ele gastou tudo com Danielle e Michael, sem pensar em poupar para o seu futuro ou aposentadoria. Quando se formaram, Peter continuou ajudando-os.

Peter nunca imaginou que, aos 63 anos, sofreria um derrame que o deixaria incapaz de trabalhar, andar ou falar. O homem forte e enérgico agora estava preso a uma cadeira de rodas. Suas mãos, outrora habilidosas, mal conseguiam segurar uma colher.

Seus filhos, agora profissionais bem-sucedidos, se depararam com o fato de que o pai agora não podia mais cuidar de si mesmo nem viver sozinho. Nenhum deles estava disposto a assumir o cuidado do pai em tempo integral, então concordaram em dividir a responsabilidade.

Peter passaria dez dias com Danielle e depois dez dias com Michael. Antes tão dinâmico, agora ele era uma figura silenciosa, encurvada em sua cadeira. Às vezes, eles esqueciam quem ele era, e ele se tornava uma sombra em suas vidas perfeitas.

Danielle ficava disgustada com as mãos trêmulas de Peter e os ocasionalmente escorrendo de saliva que descia pelo seu queixo. O homem que a cuidara e amara agora lhe parecia repulsivo, e ela nutria rancor por ele.

Às vezes, precisamos estar perto de perder algo para realmente apreciá-lo.

Quanto a Michael, as tentativas ansiosas — e frustradas — de comunicação de Peter o irritavam, assim como sua esposa. As coisas chegaram ao limite quando Michael estava prestes a comemorar seu 10º aniversário de casamento.

Infelizmente para Michael, o aniversário coincidiu com os dez dias que ele passaria com Peter, e sua esposa ficou indignada: “Eu quero uma vida normal, Michael, e juro que se não comemorarmos nosso aniversário como planejado, não haverá outro!”

Então Michael ligou para sua irmã e implorou para que ela ficasse com o pai, só por uma noite. “Não, Michael,” gritou Danielle. “De jeito nenhum! Esses últimos dez dias foram um PESADÊLO! Agora é sua vez, então aguente!”

Furioso, Michael empurrou Peter para dentro de seu carro e dirigiu até a casa da irmã. Tocou a campainha e bateu forte na porta. “Danielle, abra!” gritou, “Vamos lá! Meu casamento está em jogo!”

Danielle gritou de volta através da porta fechada: “O meu também, sem falar na minha sanidade! Agora é sua vez com o pai-zumbi, então se vire!”

“Vou deixá-lo bem aqui, Danielle!” gritou Michael, “Então é melhor abrir a porta!” Ele empurrou a cadeira de rodas de Peter mais perto da porta, entrou no carro e foi embora.

Danielle não abriu a porta. Nunca passou pela sua cabeça que seu irmão deixaria o pai sentado na varanda. Ela falou com o marido sobre como o irmão era um mimado e tomou um bom copo de vinho com o jantar.

Na manhã seguinte, quando abriu a porta para sair para o trabalho, ela ficou estupefata ao encontrar seu pai caído em sua cadeira de rodas, tremendo e gelado. Sem voz, ele não conseguiu nem chamar por ajuda.

Danielle ligou para uma ambulância, e Peter foi levado rapidamente ao hospital, onde os médicos lhe disseram que ele esteve perto de morrer de exposição. A frágil constituição de Peter e a noite passada ao ar livre colocaram sua vida em risco.

Danielle ligou para seu irmão. “Michael, é o papai…”

Michael rosnou: “Se você me ligou para reclamar da noite passada…”

“Ele está no hospital, pode não sobreviver,” ela disse. “Os médicos disseram que ele passou a noite lá fora. Eu não pensei que você realmente o deixaria lá…”

“Eu… não pensei que você não abriria a porta!” ofegou Michael. “Meu Deus, Danielle, o que fizemos?”

Naquele dia, Danielle e Michael ficaram ao lado da cama de Peter, olhando seu rosto pálido e cansado, segurando aquelas mãos frágeis que tanto trabalharam para tornar seus sonhos realidade, e sentiram uma profunda vergonha.

Quando Peter abriu os olhos, viu seus filhos ao seu lado, e pela primeira vez em muito tempo, havia amor em seus olhos. “Pai,” sussurrou Michael. “Sinto muito. Por favor, me perdoe…”

Danielle estava chorando: “Desculpe, pai, você merece mais do que isso, muito mais. Mas posso te prometer que a partir de agora, as coisas serão diferentes.”

E foram. Danielle e Michael perceberam o quanto amavam seu pai, e o quanto lhe deviam por seus anos de sacrifício. Eles se tornaram os filhos mais amorosos e dedicados durante o resto de sua vida.

O que podemos aprender com essa história?

Aqueles que amamos nunca são um fardo. Peter, que ficou sozinho com dois filhos, deu tudo de si para garantir que eles tivessem o melhor de tudo — mas Michael e Danielle não fizeram o mesmo por ele.

Às vezes, precisamos estar perto de perder algo para realmente apreciá-lo. Infelizmente, foi necessário que Peter quase morresse de negligência para que seus filhos percebessem o quanto o amavam.

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