O DIA EM QUE SALVEI TRÊS CABRITOS E FINALMENTE COMPREENDI AS ÚLTIMAS PALAVRAS DA MINHA MÃE

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Nunca planeei parar naquele leilão à beira da estrada.

Eu estava dirigindo para casa da antiga Casa Da Mãe-limpando a última caixa de seus suéteres, tentando não chorar no volante—quando vi a placa: «venda de fazenda – apenas hoje.»Algo em mim pisou no freio.O lugar cheirava a pó, diesel e feno Velho. Não queria comprar nada. Mas então eu os vi-três cabritos minúsculos, amontoados em um curral de canto. Um marrom, um branco e um manchado como um esboço meio desenhado. A tremer. Demasiado jovem para se separar da mãe.

O cara correndo a caneta me disse que eram » sobras não vendidas.»Destinado à alimentação.Na noite anterior à morte da minha mãe, ela olhou para mim através da sua máscara de oxigénio e sussurrou algo que eu não conseguia entender na altura:

Não deixe as coisas suaves para trás.

Pensei que ela se referia a memórias. Ou talvez o cão dela.Mas de pé diante daqueles três cabritos, pouco mais do que um feixe de ossos e peles trêmulas, ouvi a voz dela como um trovão na minha cabeça.

Então eu fiz algo selvagem.Peguei-os-literalmente, todos os três-e disse: «Vou levá-los.»Eu não tinha planos. Nenhuma quinta. Não faço ideia de como criar cabras. Apenas um banco de trás cheio de cobertores e um porta-malas cheio de dor.

E enquanto eles se aninhavam em meus braços, balindo como se já me conhecessem, percebi o que ela queria dizer.

«Não deixe as coisas suaves para trás.”

Ela não estava a falar de coisas. Ela quis dizer momentos como este. Vidas como estas.

Não tinha uma quinta. Mas tive uma oportunidade.

Então eu dirigi direto para minha pequena casa suburbana com três cabritos no reboque, coração batendo como se eu estivesse contrabandeando contrabando. Minha vizinha, Miss Edna, estava do lado de fora regando suas rosas quando entrei na garagem.

Ela levantou uma sobrancelha. «Você tem gado agora, Tessa?”

Eu ri nervosamente. «Acho que sim.”

Para minha surpresa, ela não me repreendeu. Em vez disso, ela disse: «bem, você vai precisar de Ajuda. Venha depois do jantar.”

Acontece que a Srta. Edna cresceu numa Quinta de gado leiteiro. Ela tornou-se minha mentora da noite para o dia, ensinando-me a dar mamadeira, a manter a roupa de cama seca, a detectar sinais de doença. Montamos uma caneta improvisada na minha garagem enquanto eu pesquisava fazendas locais e leis de zoneamento.Chamei-lhes Maple, Clover e Pepper.

Eles rapidamente se tornaram minhas pequenas sombras. As manhãs eram tempo de garrafa, as tardes eram brincadeiras confusas no quintal e as noites eram pequenos roncos suaves de sua cama de feno. Eles curaram algo dentro de mim que eu nem sabia que estava quebrado.

Mas nem todos ficaram entusiasmados.

Duas semanas depois, bati à minha porta. Foi o Sr. Halvorsen do HOA.

«Você não pode manter gado aqui, Sra. Martin. É contra as regras comunitárias.”

O meu coração afundou. Tentei explicar—eram resgates, não ficavam para sempre, já estava à procura de um pequeno terreno para os Transferir.

Ele balançou a cabeça. «Trinta dias. Depois disso, serás multado.”

Naquela noite, sentei-me no balanço do meu alpendre, sentindo-me impotente. As cabras dormiam tranquilamente lá dentro, mas o meu peito voltou a sentir—se pesado-como perder a mãe por todo o lado.

Então a senhorita Edna apareceu, segurando duas xícaras de chá de camomila.

«Não desista ainda, querida», disse ela baixinho. «Sabe, meu primo Marlin tem aquela antiga propriedade em Mill Creek. Ele tem falado em vender. Talvez devesses falar com ele.”

Eu olhei para ela, esperança piscando.

Na manhã seguinte, encontrei-me com Marlin. A propriedade era perfeita-cinco acres, um pequeno celeiro, até mesmo um galinheiro. E, em um golpe de misericórdia, ele me ofereceu um preço que eu poderia realmente pagar, dizendo: «Sua mãe sempre foi gentil com nossa família. Ela gostaria que ficasses com isto.”

Esvaziei as minhas poupanças. Vendi algumas peças da propriedade da mãe que eu estava segurando. E dentro de um mês, eu era o orgulhoso e aterrorizado proprietário de uma pequena fazenda.

O dia da mudança foi agridoce. Quando saí do meu bairro suburbano pela última vez, olhei para a minha casinha, onde passei tantos anos a esconder-me atrás da dor.

Mas agora, com bordo, trevo e pimenta balindo suavemente no banco de trás novamente, parecia que eu estava finalmente entrando em algo novo. Algo vivo.

No início, a quinta era difícil. Esgrima precisava de reparos. O telhado vazou. E as ervas daninhas pareciam multiplicar-se da noite para o dia. Mas todas as manhãs, as cabras cumprimentavam-me como velhos amigos, com as suas cabecinhas a empurrarem-me as pernas.

A senhorita Edna visitava-me com frequência, ajudando-me a montar um pequeno jardim e a ensinar-me a consertar cercas. Vizinhos da cidade vizinha apareceram, oferecendo conselhos e fardos de feno extras. Em pouco tempo, minha pequena fazenda não era apenas um lar—era um lugar de cura.

Uma noite, enquanto o sol se aproximava das colinas, sentei-me no alpendre, a beber chá, a ouvir os balidos suaves e os grilos a chilrear. Foi quando finalmente entendi completamente as palavras da mãe.

«Não deixe as coisas suaves para trás.”

Ela não estava só a falar de cabras. Ela estava a falar da vida. Sobre abrir o coração novamente, mesmo quando dói. Sobre salvar o que pode ser salvo. Sobre construir algo gentil num mundo que muitas vezes não é.

E ao salvá-los, eu me salvara.

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