Brandon e Mary estavam profundamente apaixonados e se casaram logo após a faculdade. Nos primeiros anos, o casamento parecia perfeito.

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Quando Mary engravidou, Brandon ficou muito feliz. Mas no trabalho, seus colegas de trabalho constantemente o alertavam sobre o quão difícil seria a paternidade. A dúvida surgiu e, um dia, Brandon disse a Mary para acabar com a gravidez.

«Eu não quero ter esse filho, Mary», disse ele.»Acho que não estou pronto para ser pai», admitiu.

Ela riu nervosamente. «Os novos pais estão sempre ansiosos. Você percebe o que significa quando o bebê vem.”

Mas Brandon gritou: «não quero ser pai!”

«Por favor, acalme-se», disse Maria com firmeza. «Não vou deixar seus amigos decidirem por nós.”

«Tudo bem. Fique com a criança. Mas vou-me embora!»ele gritou. Dez minutos depois, ele se foi.

Brandon acreditava que tinha feito a escolha certa—até que um encontro casual com Mary oito anos depois mudou tudo.

Oito anos se passaram como areia através de uma palma aberta. Brandon tentou seguir em frente, despejando-se no trabalho, mudando-se para Denver, namoro casualmente, mas nunca a sério. Ele disse a si mesmo que estava livre, que tinha escapado de uma armadilha. Mas de vez em quando, no zumbido silencioso de seu apartamento ou durante aquelas longas viagens solo para casa, ele sentia um estranho vazio roendo seu intestino.

Ele nunca procurou Maria. Nem uma vez.Até uma tarde fria de Março, de volta à sua cidade natal para uma conferência, Brandon passou por um pequeno café que ele e Mary frequentavam. O lugar não tinha mudado muito—ainda tinha o mesmo menu de quadro-negro, os mesmos móveis incompatíveis. Ele quase saiu quando a viu.

Mary.

Ela estava sentada perto da janela, com uma caneca fumegante nas mãos, e ao lado dela estava sentado um menino. Talvez sete ou oito. Cabelo castanho como o dela, mas os olhos — aquele tom de verde, intenso e curioso—eram do Brandon.

Seu coração caiu em seu estômago.

Ele congelou no lugar. Maria olhou para cima e seus olhos se arregalaram. Houve um momento de puro silêncio. O menino também olhou para cima.

«Oi», Brandon finalmente disse, voz quase inaudível.

Maria foi composta. Um pouco mais fino do que ele se lembrava, o cabelo dela mais curto, levemente riscado de cinza, mas sua expressão era constante.

«Brandon», disse ela. «Uau.”

Ele se arrastou desajeitadamente. «Posso sentar-me?”

Ela hesitou, depois acenou com a cabeça. «Claro. Este é o Caleb.”

Caleb deu um aceno tímido.

O Brandon não conseguia parar de olhar para o miúdo. Ele parecia uma pequena versão dele—e doeu. Doeu muito.

Maria não falou muito no início. Mexia-lhe o café enquanto o Caleb tocava num tablet.

«Então», ela finalmente disse, » o que te traz de volta?”

«Trabalho. Uma conferência. Não esperava encontrar-te.”

«Ainda vivemos aqui», respondeu ela, com um tom neutro. «Eu ensino arte na escola primária.”

Ele assentiu. «Você está bem.”

Maria sorriu fracamente. «Eu tive muita prática fingindo.”

Isso bateu mais forte do que ele pensava.

Brandon limpou a garganta. «Ele está … bem?”

Maria levantou as sobrancelhas. «Caleb? Ele é incrível. Curioso, pensativo. Um pouco de um punhado, especialmente com Legos, mas—sim. Ele está bem.”

Brandon olhou para baixo. «Sinto muito.”

Ela não disse nada durante muito tempo. Então: «eu sei.”

«Eu estava com medo.”

«Eu também sei disso.”

Sentaram-se em silêncio, os sons das máquinas de café expresso e do jazz suave preenchiam o espaço estranho entre eles.

Então Caleb, ainda olhando para o jogo, perguntou inocentemente: «mãe, quem é esse cara?”

Mary abriu a boca, mas Brandon interrompeu suavemente.

«Sou um velho amigo», disse. «De há muito tempo.”

Caleb assentiu e voltou ao seu jogo. Mary atirou — lhe um olhar—partes iguais aliviadas e tristes.

O Brandon levantou-se. «Eu deveria ir.”

Mary não o impediu, mas quando ele saiu, ela disse baixinho: «você não é o único que estava com medo, Brandon.”

Naquela noite, ele não conseguia dormir.

Todos os anos que passou a tentar esquecer, a tentar justificar o afastamento—tudo desabou. A imagem do rosto de Caleb, aqueles olhos verdes, assombrava-o. Ele teve um filho. E ele não tinha estado lá. Não para os primeiros passos. Não para as manhãs de Natal. Não para histórias de ninar. Ele tinha perdido tudo.

Durante duas semanas, Brandon lutou com o passado.

Então ele escreveu uma carta.

Não foi dramático ou cheio de desculpas. Foi honesto. Ele disse a Maria o quanto estava arrependido. Quão egoísta ele tinha sido. Como o medo havia distorcido seu julgamento. Ele disse que não esperava nada—sem segunda chance, sem solução milagrosa. Mas ele queria tentar. Conhecer Caleb, mesmo que isso significasse começar devagar. Mesmo que isso significasse apenas ser alguém que Caleb via uma vez por mês.

Ele enviou a carta, sem realmente esperar uma resposta.

Três semanas depois, ele conseguiu um.

Foi curto. Apenas algumas linhas.

«Caleb está curioso sobre você. Ele ainda não sabe tudo. Não decidi o que isto significa. Mas se você quiser começar com as tardes de sábado no parque, podemos tentar isso. Sem promessas. Mas ele merece saber quem é.”

Brandon sentou-se em sua varanda segurando aquela carta por quase uma hora.

A primeira reunião foi embaraçosa.

Brandon apareceu no parque, trouxe uma pipa e esqueceu-se totalmente de como pilotá-la. Caleb riu quando mergulhou numa árvore. Mas eles andaram por aí, falaram sobre dinossauros e petiscos favoritos e por que o brócolis é «o inimigo.»Brandon ouviu principalmente.

Então os sábados tornaram-se uma coisa.

As visitas ao Parque transformaram-se em tiragens de bibliotecas. Depois noites de cinema. Então Caleb começou a enviar mensagens de texto para ele—coisas aleatórias como » eu venci o nível do chefe!»ou» podemos voltar a comer pizza?»E cada mensagem arrancava as paredes que Brandon havia construído em torno de seu coração.

Não foi perfeito. Houve momentos em que Maria ficou sobrecarregada. Vezes ela quase puxou o plugue, especialmente quando Brandon hesitou em algo pequeno. Mas com o tempo, sua consistência falou mais alto do que as palavras jamais poderiam.

Cerca de um ano depois, estavam todos sentados numa peça da escola. Caleb tinha uma linha, gritou com orgulho e acenou diretamente para Brandon na platéia.

Depois, no pátio da escola, Caleb correu, segurou a mão de Brandon e perguntou: «Ei, você é meu pai?”

O mundo parou.

Maria olhou em silêncio.

Brandon ajoelhou-se. «Sim. Estou.”

Caleb sorriu. «Fixe.”

Naquela noite, Mary não falou muito, mas quando abraçou Brandon antes de se separarem, havia algo diferente nisso. Não romance. Nem perdão. Mas algo próximo da paz.

Dois anos depois, Caleb pediu a Brandon para estar lá quando se formou na quinta série. Ele até lhe deu um cartão feito à mão que dizia: «obrigado por aparecer.”

Brandon chorou no carro depois.

A vida nem sempre te dá resultados. Mas, às vezes, dá-lhe uma segunda oportunidade de fazer melhor. Brandon aprendeu que a paternidade não era sobre estar pronto—era sobre estar presente. Perdeu oito anos. Mas os anos que se seguiram? Fez-lhes contar.

Se esta história o tocou, partilhe-a. Alguém lá fora pode precisar de ouvir que não é tarde demais para corrigir as coisas. 💛

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