*Greg achava que ele e Natalie tinham resolvido tudo sobre a co-parentalidade—até que uma ligação telefônica no meio da noite destruiu essa ilusão com uma notícia que ele nunca imaginou.**
Cinco anos. Esse foi o tempo que Natalie e eu ficamos juntos antes de finalmente terminarmos. Acho que ambos sabíamos que isso estava chegando, mesmo sem dizer em voz alta. Nos conhecemos quando éramos jovens—talvez jovens demais.
E quando a empolgação passou e a vida real se instalou, simplesmente… paramos de tentar. Não foi algo dramático. Sem grandes brigas. Apenas a lenta realização de que talvez não fôssemos feitos um para o outro para sempre.
Agora, moramos em estados diferentes. Vidas diferentes, na verdade. A única coisa que nos une é Oliver—nosso filho de três anos. Esse garoto é meu mundo. Eu o vejo durante os feriados, o que é algo, mas não é suficiente. Nunca é suficiente.
Mas eu não queria transformar as coisas em algo feio. Não precisávamos de advogados envolvidos ou de uma batalha amarga pela guarda. Natalie e eu concordamos com isso. Oliver não merecia crescer em uma casa onde os pais estivessem sempre brigando.
Foi por isso que mantivemos as coisas civis. Toda noite, sem falhar, ela me fazia uma videochamada para que eu pudesse dar boa noite a Oliver. Isso se tornou um ritual, algo pelo qual eu esperava ansiosamente. Só de ver o rostinho dele se iluminando, ouvindo-o dizer «Boa noite, papai», antes de ir dormir—isso fazia tudo parecer um pouco menos quebrado.
Tudo estava… bem. Estávamos conseguindo até que eu recebi aquela ligação.
“Greg!” A voz de Natalie veio através do telefone, mas não era o tom calmo de sempre. Não, dessa vez, ela estava chorando. Não—gritando. “Greg, nosso filho se foi!”
Eu congelei. “O que você quer dizer com ‘se foi’?”
“Oliver está morto!” ela gritou, as palavras me atravessando como facas.
Eu não conseguia processar. “O quê? Do que você está falando? Como?”
Natalie estava soluçando tanto que era difícil entender suas palavras. “Ele—ele simplesmente se foi. Oh meu Deus, Greg…”
Eu caí no chão, sentindo o peso das palavras dela me esmagarem. Isso não podia estar acontecendo. Não Oliver. Não meu garoto.
“Eu estarei aí. Estou indo agora,” eu disse, me levantando com dificuldade, minha voz tremendo.
“Não,” ela disse com dificuldade. “Não venha. Já fizemos a cerimônia. Ele… já foi enterrado.”
“Enterrado?” eu sussurrei, mal conseguindo respirar.
Desliguei, devastado. Fiquei olhando para o telefone, os dedos coçando para ligar de volta para Natalie, para exigir respostas. Meu coração batia rápido enquanto as perguntas se misturavam na minha mente, incansavelmente. Apertei o botão para ligar antes que eu pudesse me convencer a não fazer isso.
O telefone tocou uma vez. Duas. E então, finalmente—
“Greg,” Natalie atendeu, sua voz rouca, mal acima de um sussurro.
“O que diabos, Natalie?” eu disse, minha voz quebrando. “Por que você não me contou nada? Se algo aconteceu com o Oliver—se ele estava doente ou machucado—você deveria ter me ligado!”
“Eu—eu não consegui,” ela gaguejou, a respiração trêmula.
“Não conseguiu?” eu retruquei, me levantando e andando de um lado para o outro. “Eu sou o pai dele, Natalie! Eu deveria ter estado lá. Eu deveria ter sabido! O que aconteceu? Ontem ele estava bem!”
“Tudo aconteceu tão rápido,” ela soluçou, suas palavras um emaranhado. “Eu não sabia como—”
“Como o quê, Natalie? Como me dizer que nosso filho está morto?” Minha voz quebrou, a raiva e a dor me invadindo como ondas. “Você tem ideia de como isso se sente? Ouvir assim?”
“Desculpa,” ela sussurrou. “Eu não… eu não queria fazer isso pelo telefone.”
Eu tentei manter a voz firme. “Então quando você ia me contar?”
“Desculpa,” ela disse novamente, como se isso fosse de alguma forma consertar tudo.
“Desculpas não são suficientes, Natalie. Não dessa vez.” Eu mordi o lábio, segurando o grito que estava se formando no meu peito. “Por que mais ninguém me ligou?”
Mesmo que ela estivesse destruída de tristeza, por que os pais dela não me ligaram? Até o Mike—o novo marido dela—poderia ter entrado em contato. Por mais que eu odiasse o cara por ter tomado meu lugar na vida do Oliver, ele deveria ter me ligado.
No dia seguinte, enquanto eu estava fazendo as malas, o telefone tocou. Olhei para a tela—Mike. O novo marido de Natalie. Minha mandíbula se apertou enquanto eu atendia.
“Mike,” eu disse, fechando a mala. “Estou indo. Estarei aí até à noite.”
“Espera, Greg,” a voz de Mike estava suave, quase hesitante. Havia algo estranho no jeito como ele falou, e isso me fez parar no meio do passo.
“O que foi?” eu perguntei, me preparando para o que ele fosse dizer.
Houve uma pausa, e quando ele finalmente falou, suas palavras me abalou até o fundo.
“Natalie… ela perdeu a cabeça, cara. Ela inventou tudo isso. Oliver está vivo.”
Meu coração deu um salto no peito. “O quê?” eu sussurrei, mal acreditando no que acabara de ouvir.
“Natalie inventou tudo,” Mike repetiu, sua voz tensa de incredulidade. “Oliver está bem. Ele está com os pais dela agora.”
Por um momento, eu não consegui falar. Minha mente corria, tentando acompanhar o turbilhão de emoções. A raiva, a confusão, o alívio. Meu filho estava vivo. Vivo. Passei a noite inteira de luto, imaginando-o perdido para sempre, e agora—agora Mike estava me dizendo que era tudo mentira.
“Ela… ela mentiu?” eu perguntei, minha voz quase inaudível.
“Sim,” Mike suspirou. “Ela tem falado sobre não querer você na vida dela. Eu não acreditava que ela fosse tão longe, mas ela deixou escapar. Ela pensou que se você acreditasse que Oliver estava morto, você ficaria longe para sempre.”
Eu fiquei parado, congelado, sentindo um turbilhão de emoções. A raiva crescia no meu peito. Como ela pôde fazer isso comigo? Com o Oliver?
“Greg, eu sei que é muito,” Mike continuou, “mas eu não podia esconder isso de você. Natalie… ela tem se descontrolado há algum tempo. Eu te liguei assim que descobri.”
Eu não respondi imediatamente. Eu mal conseguia formar um pensamento coerente. Meu filho estava vivo. Mas Natalie, a mulher em quem eu confiava para ser minha parceira na co-parentalidade, mentiu. Não uma mentira qualquer, mas algo tão monstruoso que eu não conseguia entender.
Sem dizer mais nada, terminei de fazer as malas e reservei o próximo voo. Eu precisava de respostas. Eu precisava ver o Oliver.
O voo parecia uma eternidade. Quando finalmente pousei, a raiva que estava fervendo por dentro já havia se transformado em uma fúria difícil de controlar.
Quando finalmente cheguei à casa de Natalie, ela abriu a porta antes mesmo de eu bater. Seus olhos estavam vermelhos, lágrimas já escorrendo pelo rosto.
“Greg,” ela disse suavemente, sua voz trêmula. Ela se afastou, me deixando entrar.
Deixei as malas no corredor, sem me importar com as formalidades. “Como você pôde fazer isso comigo?” perguntei, minha voz baixa, mas tremendo de fúria.
Ela enxugou os olhos, os lábios trêmulos. “Eu… eu achei que você fosse tirar o Oliver de mim.”
“O quê?” eu pisquei, atônito. “Por que eu faria isso?”
Natalie hesitou, olhando para baixo. “Eu… eu estou grávida de outro filho,” ela admitiu, sua voz baixa. “Eu estava com medo. Achei que, se você descobrisse, você tiraria o Oliver de mim. Que você acharia que ele deveria morar com você porque eu teria outro bebê aqui.”
Eu a encarei, incrédulo. “Era isso o que você pensava? Que eu simplesmente tiraria o Oliver de você?”
Ela acenou com a cabeça, soluçando. “Eu entrei em pânico, Greg. Não sabia o que fazer.”
Minha raiva aumentou, quente e aguda. “Então você fingiu a morte do nosso filho? Natalie, você o enterrou na minha mente. Você tem ideia do que fez comigo?”
Ela chorou baixinho, incapaz de olhar nos meus olhos.
Eu estava tremendo agora, mal conseguindo conter a tempestade dentro de mim. “Isso não tem nada a ver com seu novo bebê ou com o que você pensou. Isso é sobre o Oliver, e você quase o arrancou de mim. Para sempre.”
Natalie começou a chorar, claramente abalada com suas ações.
“Natalie,” eu disse suavemente, percebendo que Mike havia entrado na sala.
“Isso muda as coisas, mas não justifica o que você fez. Teria ajudado se você tivesse confiado em mim o suficiente para ser aberta e honesta. Eu nunca teria separado o Oliver de você. Ele precisa dos dois. Mas estou tão bravo e magoado com a mentira. Passei horas achando que meu filho estava morto.”
Natalie sentou e chorou por um bom tempo, acariciando sua barriga a cada poucos minutos.
Então, ouvi o som de pezinhos correndo pelo corredor.
“Papai!” Oliver gritou e pulou nos meus braços.
Eu me recusei a deixá-lo ir.
No final, eu garanti a Natalie que não estava lá para tirar o Oliver. Mas também fui firme ao dizer que, se ela fizesse algo assim novamente, eu seria forçado a tomar providências legais.
Por um lado, acho que entendo a dor e a incerteza que Natalie sentiu ao pensar que poderia perder o filho. Mas também não fazia sentido. Se tivesse a oportunidade, eu teria dito a ela que eu estava feliz que o Oliver seria um irmão mais velho.
Insisti que Natalie e eu fizéssemos terapia para lidar com os problemas subjacentes do nosso divórcio.
Mike tem sido uma ótima fonte de apoio para ela, e sou grato que, se alguém tivesse que ser padrasto do meu filho, fosse o homem que me ligou e me contou a verdade.
De volta para casa, a distância entre o Oliver e eu era insuportável. Eu não podia deixar que fosse nossa realidade. Abri meu laptop e comecei a procurar por vagas de emprego. Não havia dúvida sobre isso.
Eu tinha que estar mais perto do meu filho.
E logo.
“Na próxima vez, Natalie,” eu murmurei para mim mesmo, “não estarei tão longe.”